domingo, 15 de novembro de 2009

Copo

Existe o copo
um copo americano
muito bom pra tomar cerveja

rígido
mas transparente
tem rugas muito boas também
que não o deixam como vidro liso
ou seja, não escorrega mesmo molhado

Existe o dentro e o fora do copo
como coisas separadas
divididas
rigidamente
mesmo o copo sendo transparente

dentro do copo, assim como fóra
é permitido todo tipo de
indecisão

no entanto
é um copo
desses que eu disse
e existe o dentro e o fora do copo

No topo

O vento intenso
no topo
noitinha

num dia
que o vento disfarça
tão quente quanto são paulo
num dia quente

e o vento leva palavras
como essa:
to com frio
com tudo aquilo que eu não faço idéia

vem cá vem cá que eu to com calor

Balanço e perspectivas

E se a vida fizesse sentido
se tudo seguisse tranquilo
e se o verso fosse só um poema
às vezes sem sentido

e se tudo tivesse sentido
e se tudo fizesse sentido
e se o verso fosse
um poema de amor
um poema de amante
um poema de vinícius

Sobre todas as coisas
à margem
sorrindo
flutuando e sentindo

me engolfo
não saibo
inseguro e consistente
te sinto

Te faço elegias por partes
entrego versos completos com sentido
na síntese sigo suave, tranquilo
no diálogo do que sou e o que digo

afirmo, sou rapper ou navego o vício
no quebra-cabeça que é líquido
que a peça que falta que sou eu quem decido

pra quebrar o ritmo

pra que
be
ce
de

é você

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Só para os trotskystas (até 1923)

Rosa Luxemburgo
Karl Liebknecht
Jogiches
a tristeza de Mehring
Vladimir Ilitch
Ulianov Lenin

John Maclean
John Reed
Lefevbre
Lev Davidovich
Trotsky
Rakovsky
Paul Levi

para eles
o calor incomodo da lágrima
incrédulo

um beijo na boca de pai
um carinho de mãe

domingo, 8 de novembro de 2009

Trechos

e se de repente
sem saber
querendo

amor

de uma granada
que decepou seu braço
os estilhaços perfuraram
seu olho esquerdo
e destroçaram seus lábios
e dentes, um vira-lata

Uso o poema para o
escândalo

uma esperança
uma alegria
canta mais

travo
meço
sigo
acelero











Uma coisa. A estrofe da granada (eu sei, eu sei, é a melhor), não é minha! Roubei do poema que está nesse blog também, o rotina (do régis bonvicino). Eu explico: pra o que eu queria do poema não dava pra fazer algo melhor, e cortar o poema dele também ajuda, então, desculpem pela decepção parcial!